sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ando perdida, desorientada


Lágrimas ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Florbela Espanca

sábado, 22 de outubro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um novo conceito de beleza


 
O vídeo fala por si.
Estamos numa sociedade onde a imagem está acima da inteligência, da sabedoria, da vontade em trabalhar... está acima de tudo. Até porque já é normal vermos nos anúncios de emprego, um dos critérios ser a boa imagem. Mas afinal o que é isto de "boa imagem"?
O ideal da beleza é ter os ossinhos todos salientes? Não comer? Ser doente? Custa-me muito compreender como alguém tem coragem de influenciar jovens a chegarem a este ponto. Sim, porque apesar de tudo, não as culpo a elas. À nossa volta estamos rodeados de críticos para tudo, publicidade onde só aparecem corpos magros e caras bonitas e se por acaso até vemos alguém com excesso de peso, é sobre isso mesmo que se trata a publicidade. Nunca vemos uma pessoa com mais peso fazer parte da publicidade da Worten, do Pingo Doce ou da Vodafone por exemplo.
Numa altura em que só nos preocupamos com as crianças que estão a ficar obesas, e por isso mesmo, estamos sempre a alertar para que tenham uma boa alimentação e pratiquem exercício físico, estamos a deixar esquecidas aquelas que sonham com o mundo da televisão, da moda, da fama. Essas vão querer seguir as tendências, tendências essas onde só importam medidas.
Se a obesidade é uma doença da actualidade, a anorexia e a bulimia não ficam atrás. 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tenho medo...

... muito medo de perder a minha avó. De dia para dia vejo-a mais frágil e custa-me tanto. Custa-me vê-la sofrer e não conseguir fazer nada. Custa-me saber que dias melhores são apenas uma ilusão e que um dia tudo acaba.
Tenho  medo de a perder e não quero acreditar que essa é uma realidade cada vez mais próxima.